sexta-feira, 14 de março de 2008

Citação


Re-citando minha namorada, que, por sua vez, citou Sr. Dr. João Pinto (atual diretor da Fafich).

Uma vez faficheiro, sempre faficheiro.

Comentários acerca de...


Duas pesquisas, uma realizada recentemente e outra ainda por vir, me causaram fascínio imediato quando vistas. As duas, de antemão, se referem ao consumo. Sim, como diria um grande professor, se referem à "dinheiro, l´argent, money, geld, χρηματων" - em última instância, ao fetiche ou feitiço causado pelas mercadorias.

Um delas foi a conclusão tirada por sociólogos que, em determinados países desenvolvidos, embora sujeitos a PIBs menores do que os EUA (base de comparação), estes não exarcebem o consumismo e: criam outros parâmetros sociais para a felicidade. Foi comprovado que o maior destes parâmetros para felicidade são os amigos. O que me fascina é que, indo contra o individualismo latente dos EUA, estes países também desenvolvidos (Finlândia, dentre outros) conseguem quebram o tradicional "american way of life" e se re-humanizam. E, paralelamente, mostra-nos que o individualismo - característico da nossa pós ou híper modernidade - tem marcas intensas de dinheiro.

Outra notícia é uma interessante pesquisa que será desenvolvida no campo das Neurociências. Ela buscará fazer a medição de intensidade de ativação da área da felicidade no cérebro para mostrar-nos quando um indivíduo se mostra mais feliz. Deste modo, a sensação de felicidade (tomada como base neuronal, em transmissão de impulsos) é menor naquela pessoa que possui muito dinheiro e que o está gastando, do que em um mendigo saciado por um prato de comida. Se tudo provado, cairá o ditame que dinheiro traz a felicidade - entrará em cena o ditame - comparativamente, o dinheiro pode trazer felicidade somente em situações específicas. Ou algo do tipo.

Vamos aos comentários. A primeira notícia causou-me espanto (a filosofia nasce do espanto?) devido à capacidade de alguns países em recriar categorias próprias para se mostrarem felizes. Nas entrevistas concedidas para a pesquisa, lembro-me de um cidadão dizendo: "Embora não tenha dinheiro, tenho os amigos - e: o governo até incentiva com um salário para que eu me case". Infelizmente, a valorização de outras relações não é prática recorrente em todos os países. No Brasil por exemplo, pelo tamanho, encontramos quem valorize as categorias humanas - outros, as categorias de finanças.

A segunda notícia me causou espanto devido à quebra de um velho tabu, proporcionado pelo avanço das neurociências - de fato, a sensação de felicidade, tão comumente dita por nós, torna-se algo de mais complicada definição.

Embora provindas de dois campos distintos (e para muitos contrários), uma notícia social e uma biológica nos deixa uma reflexão: O que realmente queremos? O homem, o que é e o que quer?

Na voz de Tim Maia, que se posiciona no assunto:

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar!...

domingo, 9 de março de 2008

Referentes ao sistema escolar


O sistema escolar é algo fascinante. É sistema porquê diz respeito a um conjunto de interações, de conexões entre os membros que se afetam por diversos modos; é fascinante porquê se revelam surpresas diariamente.

Leciono Filosofia. Quando me formei, na Ufmg, ouvia repetidas vezes sobre o lado negativo deste supracitado sistema. O dark side of the moon. Na prática, a teoria é diferente (citando o professor Gilmar). Ministrar aulas é o encontro da liberdade com a responsabilidade, do soltar com o conduzir. É uma experiência única, onde o professor - o artista - recria o espetáculo diariamente.

O espetáculo criado possui sempre os mesmo 25, 35, 40 expectadores. Mas, contrariamente a um show, têm de ser diferente a cada dia. Por isso, digo-lhe, é o ator em constante movimento.

Regresso

Após muito tempo afastado destas terras, regresso com intuito de relatar fatos.


Trovadoristicamente
, cantar odes sobre as terras visitadas; compartilhar experiências. Resumidamente, diria que: proporcionar ao leitor algum entretenimento virtual; com efeito, faz-se necessário - como diria Pascal sobre o divertimento - entreter-se. Sim, nossa natureza, condição, essência e todos aqueles adjetivos que deixaria Caeiro (sim, o Alberto) em silêncio - tendem à.


Tenho, ultimamente, visitado outros blogs. Minha natureza, como supracitado, estaria procurando estes entretenimentos? Creio que sim. Mas não é este o caso. Embora o propósito destas páginas pessoais mude - tal como a formatação, o tema, dentre outros fatores que estão diretamente relacionados às experiências dos autores - algo permanece imutável: Todos nós queremos nos libertar das amarras do "eu"; queremos nos transcender; comunicar a dor ao outro, a alegria ao outro: num movimento dialético de Eu - Tu - Eu: queremos tocar o outro (neste meio, pelas palavras) para nos vermos no outro e redescobrirmos o eu.

Um movimento de libertação, isto é o sentido próprio destes blogs. Não nos contentamos em termos nossa individualidade: queremos buscar o outro, fisgar o outro, chamar a atenção: não nos suportamos - queremos nos ver "no outro". Faz parte da essência? Não me pronuncio. Digo-te, e agora me dirijo exclusivamente a você, caro leitor, que este é o sentido de todos estes.

Se as coisas são estilhaços
Do saber do universo,
Seja eu os meus pedaços,
Impreciso e diverso.
Eles foram e não foram.

Fernando Pessoa