domingo, 10 de agosto de 2008

Para o meu coração...(Pablo Neruda)

Para o meu coração basta o teu peito,
Para a tua liberdade as minhas asas.
Da minha boca chegará até ao céu
O que dormia sobre a sua alma.

És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas ás corolas.
Minas o horizonte com a tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Acolhedora como um velho caminho
Povoam - te ecos e vozes nostálgicas.
Eu acordei e ás vezes emigram e fogem
Pássaros que dormiam na tua alma.

Eu disse que no vento ias cantando
Como os pinheiro e como o s mastros.
Como eles tu és alma e taciturna
E ficas logo triste, como uma viagem.

sábado, 5 de julho de 2008

E acreditam nas flores...


As imagens revelam a essência.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ode aos merecedores


Certa vez, um grande professor que tive contou-me uma história que vira e mexe volta com uma força extraordinária ao meu intelecto.

Ele disse que Maquiavel, ao ler livros de grandes filósofos, colocava sua melhor roupa e sentava-se para embarcar na obra. A justificativa!? Pois só aqueles homens grandiosos mereciam suas melhores vestimentas e seus maiores cortejos.

Sábio tutor.

O Diógenes da pós-contemporaneidade.

A peste negra ceifou vidas por onde passou


Não seria a ignorância uma peste pós-contemporânea..!?
E o pré-conceito..!?
E o acriticismo..!?
E a corrupção...!?

Óh Diógenes e sua lanterna... estamos ainda procurando o homem.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Chega de tanta babaquice, tanta caretice - dessa eterna falta do que falar. - ou algo do tipo.

Escrevo para ampliar, estruturar, reestruturar. Para me aliviar, para me perder, achar, brigar, amar.

Escrevo para dilatar os fatos, dissecar os acontecimentos e curar as imperfeições.

Óh câncer que consome a sociedade moderna... que tu sejas sanado.
Somente com uma consciência crítica e política poderemos sanar este.
Sem intervenção, contudo, não sanaremos. Escrevamos, dilatemos os fatos.
Reestruturemos a sociedade.

A sociedade, e aqui termino este quase aforismo, está doente.


terça-feira, 1 de julho de 2008

E tenho dito:

"No Princípio Era a Verba", João 1:1-3.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

...a propósito...

"Não sei o que estou escrevendo: sou obscura para mim mesma. Só tive inicialmente uma visão lunar e lúcida, e então prendi para mim o instante antes que ele morresse e que perpetuamente morre. Não é um recado de idéias que te transmito e sim uma instintiva volúpia daquilo que está escondido na natureza e que adivinho. E esta é uma festa de palavras."

(A condição da escrita - Clarice Lispector)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Acidez no estômago.


O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval".



Dia 13 de Maio de 1888: Lei Áurea assinada pela princesa Isabel, extinguindo a escravidão no Brasil.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Um pouco de Lennon...


Por que o amor saiu de cena? Por que amar é visto como caretice?
Por que saiu de moda?

Love is the answer and you know that for sure
Love is a flower, you got to let it, you got to let it grow

Eu amo, me entrego e ainda creio que ele salvará a todos.
Deixe-me ser antiquado, anacrônico, carente, exagerado.
Deste modo, há possibilidades. Deste modo, há vida.
Amor, ainda, é a resposta.

Fabíola, eu te amo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Nota..:

Ahhh os intelectuais...

Ponto para o documentário "Pedreira de São Diogo": (18 min. Direção: Leon Hirszman).
Acerto em cheio. Na ferida. Na alma. No alvo.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Memórias


Às vezes tenho vontade de apagar todos meus escritos e refazê-los.
De queimar todos os papéis gastos em palavras.
De abandonar todas as velhas formas de pensar.

Mas eu ainda sou meus velhos escritos; ainda ecoam aquelas palavras. E há resquícios daqueles pensamentos. Eu sou.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A plebe é rude. E a burguesia fede.
Encontro de bandas. E de verdades.

Pare o mundo que eu quero descer.

domingo, 8 de junho de 2008

Pense, sujeito, pense.



Passei bastante tempo, sem passar por aqui (intencionalmente... talvez). Prometo que, agora em diante, regressarei mais vezes - e, espero, com novidades.

Enquanto me exilava destas terras, muitas coisas aconteceram. Algumas dignas de comentários, outras não. E o autor, desconfiado e alerta, prestou comentários à todas essas coisas, pessoalmente. Mesmo de férias, o mundo me atinge - existiria férias para um crítico perturbado? Não respondam.
Fato é que, aqui, deixo alguns comentários sobre fatos relevantes - ou nem tão relevantes - que aconteceram neste último mês. Em fragmentos, já que a maior parte se perdeu na cuca deste que vos fala:

1 - O caso Isabella (sussurrando, para não acordar quem já saiu de cena) - Esse furor pelo assunto me escandalizou. Não pela morte, cometida pelos... ops, por quem mesmo? É, não se sabe. Isso não me escandaliza (estou apático com tais), já que lidamos com uma sociedade doente mesmo. Me escandalizou a mídia, que foi juíza, acusação, comoveu, mostrou, remostrou... e quando não mais teve assunto, criou em diversos sites o "caso Isabella". Ávido por notícias políticas, passei na Globo.com (que ingenuidade a minha)... e para minha surpresa, dentre as colunas, tínhamos "ciência", "esporte", "política", "Isabella". Este foi o desfecho, a meu ver, do caso: virou uma coluna - lucrativa, sobretudo. (Ia comentar que se Isabella fosse de classe baixa, o assunto teria destaque e... deixa pra lá, vocês já captaram.)

2 - O caso Ronaldo - Lembro-me das copas, embora nunca fui um bom comentarista futebolístico. Aliás, nunca tive tesão (ops, essa palavra combina com o caso) para tal. Sei que Ronaldinho (o magro) jogou no Cruzeiro, depois virou Ronaldo (o pseudo-magro), e daí em diante todos sabem. O caso Ronaldo me espantou bastante - mais que a Isabella (que Deus a tenha, se ele existir). Explico-me (para ser breve, óh caro leitor): 1 - caso se condene a atitude Ronaldo do uso da prostituição, condene 98% da população masculina, incluindo nestes juízes, advogados e proletários. Não é à toa que casas noturnas dedicadas à prática abrigam milionários. Isso gera lucro. 2 - Caso se condene uma preferência transsexual ou homossexual ou qualquer prefixo + sexual, insurgirei e direi publicamente: meu Deus, que país é esse (desculpe Renato, não levante, pelo amor de Deus). Retrógrado, antiquado, arcaico. A meu ver, e assim concluo, este caso foi o retrato de como, ainda, o Brasil e outros países estão atrasados quanto à evolução de consciência (seria culpa de uma tal instituição secular aí..? cof cof cof). Deixem o Ronaldo em paz. O reto é dele. (mãe, com sua sapiência, disse que o ânus (não dessa forma bela...) é dele). Transpus para reto. O cu é do Ronaldo. Sem acento, para não desrespeitar as normas do bom português.

3 - Li, ontem, um artigo sobre direitos autorais na internet. Me preocupei já que, dentre as minhas 347 idéias que tive até hoje, 2 são realmente boas. E, se elas caírem na rede, quem poderá me defender...!? Vocês sabiam que o Gene Simons, do Kiss, patenteou a sigla O.J. para orange juice..!? É... patentiem ! Não as minhas 2 idéias. Que, aliás, perdi em algum papel...

4 - Free Tibet. Free Africa. Free. Derby. Malboro. É tudo mesma coisa. Todos estes movimentos, sejam humanistas ou dos oprimidos, capitalistas ou socialistas, de libertação ou de exílio... todos, sem exceção, me deixam com certo desconforto. Nada contra àqueles que lutam e que, aliás, tem meu total apoio - pois eu também tenho minhas causas. Mas àqueles que defendem. Os humanistas... ahhhh os humanistas... mescla de auto-promoção com farsa. Lutem, povos oprimidos..! Aos que defendem... (tudo isso me lembra do lobo mau, escondido na pele de cordeiro. Think about).

Tivemos outros assuntos. Eu que estou sem tempo mesmo.

E um dia continuo, para não cansá-los ... Espero agradar. Se não... não me pergunte o se não.
E, quanto aos erros... considere como mais um se não.
E, quanto as críticas... essas podem.

Abraços. Não, aperto de mão a todos. Melhor, olhar desconfiado.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Contradições e afins.

Pequena postagem... quase aforística.

Meu Deus... hoje percebi que o capitalismo (palavra odiada, por uns) realmente possui diversas contradições. Uma delas, que hoje vivenciei, é o superfaturamento em aluguéis de casas no campo - explico. O símbolo dos fugidios do capital, daqueles que estão além do sistema agora é comercializado pelo sistema. Interessante, não? Pois é. Você poderá ter uma vida para além do capital, morando em uma casa no campo, plantando sua própria alface. Mas, para estar além do capital, você terá de tê-lo, já que mostra-se caro viver como tal.

E assim caminha a humanidade... vende-se, preço ótimo, casa no campo. Bom local para amantes da natureza e eremitas.

Ps.: Interessante pensar que uma das revistas mais caras do mercado se chama "Vida Simples"... *Rs... é risível. Ops, falei demais.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Citação


Re-citando minha namorada, que, por sua vez, citou Sr. Dr. João Pinto (atual diretor da Fafich).

Uma vez faficheiro, sempre faficheiro.

Comentários acerca de...


Duas pesquisas, uma realizada recentemente e outra ainda por vir, me causaram fascínio imediato quando vistas. As duas, de antemão, se referem ao consumo. Sim, como diria um grande professor, se referem à "dinheiro, l´argent, money, geld, χρηματων" - em última instância, ao fetiche ou feitiço causado pelas mercadorias.

Um delas foi a conclusão tirada por sociólogos que, em determinados países desenvolvidos, embora sujeitos a PIBs menores do que os EUA (base de comparação), estes não exarcebem o consumismo e: criam outros parâmetros sociais para a felicidade. Foi comprovado que o maior destes parâmetros para felicidade são os amigos. O que me fascina é que, indo contra o individualismo latente dos EUA, estes países também desenvolvidos (Finlândia, dentre outros) conseguem quebram o tradicional "american way of life" e se re-humanizam. E, paralelamente, mostra-nos que o individualismo - característico da nossa pós ou híper modernidade - tem marcas intensas de dinheiro.

Outra notícia é uma interessante pesquisa que será desenvolvida no campo das Neurociências. Ela buscará fazer a medição de intensidade de ativação da área da felicidade no cérebro para mostrar-nos quando um indivíduo se mostra mais feliz. Deste modo, a sensação de felicidade (tomada como base neuronal, em transmissão de impulsos) é menor naquela pessoa que possui muito dinheiro e que o está gastando, do que em um mendigo saciado por um prato de comida. Se tudo provado, cairá o ditame que dinheiro traz a felicidade - entrará em cena o ditame - comparativamente, o dinheiro pode trazer felicidade somente em situações específicas. Ou algo do tipo.

Vamos aos comentários. A primeira notícia causou-me espanto (a filosofia nasce do espanto?) devido à capacidade de alguns países em recriar categorias próprias para se mostrarem felizes. Nas entrevistas concedidas para a pesquisa, lembro-me de um cidadão dizendo: "Embora não tenha dinheiro, tenho os amigos - e: o governo até incentiva com um salário para que eu me case". Infelizmente, a valorização de outras relações não é prática recorrente em todos os países. No Brasil por exemplo, pelo tamanho, encontramos quem valorize as categorias humanas - outros, as categorias de finanças.

A segunda notícia me causou espanto devido à quebra de um velho tabu, proporcionado pelo avanço das neurociências - de fato, a sensação de felicidade, tão comumente dita por nós, torna-se algo de mais complicada definição.

Embora provindas de dois campos distintos (e para muitos contrários), uma notícia social e uma biológica nos deixa uma reflexão: O que realmente queremos? O homem, o que é e o que quer?

Na voz de Tim Maia, que se posiciona no assunto:

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar!...

domingo, 9 de março de 2008

Referentes ao sistema escolar


O sistema escolar é algo fascinante. É sistema porquê diz respeito a um conjunto de interações, de conexões entre os membros que se afetam por diversos modos; é fascinante porquê se revelam surpresas diariamente.

Leciono Filosofia. Quando me formei, na Ufmg, ouvia repetidas vezes sobre o lado negativo deste supracitado sistema. O dark side of the moon. Na prática, a teoria é diferente (citando o professor Gilmar). Ministrar aulas é o encontro da liberdade com a responsabilidade, do soltar com o conduzir. É uma experiência única, onde o professor - o artista - recria o espetáculo diariamente.

O espetáculo criado possui sempre os mesmo 25, 35, 40 expectadores. Mas, contrariamente a um show, têm de ser diferente a cada dia. Por isso, digo-lhe, é o ator em constante movimento.

Regresso

Após muito tempo afastado destas terras, regresso com intuito de relatar fatos.


Trovadoristicamente
, cantar odes sobre as terras visitadas; compartilhar experiências. Resumidamente, diria que: proporcionar ao leitor algum entretenimento virtual; com efeito, faz-se necessário - como diria Pascal sobre o divertimento - entreter-se. Sim, nossa natureza, condição, essência e todos aqueles adjetivos que deixaria Caeiro (sim, o Alberto) em silêncio - tendem à.


Tenho, ultimamente, visitado outros blogs. Minha natureza, como supracitado, estaria procurando estes entretenimentos? Creio que sim. Mas não é este o caso. Embora o propósito destas páginas pessoais mude - tal como a formatação, o tema, dentre outros fatores que estão diretamente relacionados às experiências dos autores - algo permanece imutável: Todos nós queremos nos libertar das amarras do "eu"; queremos nos transcender; comunicar a dor ao outro, a alegria ao outro: num movimento dialético de Eu - Tu - Eu: queremos tocar o outro (neste meio, pelas palavras) para nos vermos no outro e redescobrirmos o eu.

Um movimento de libertação, isto é o sentido próprio destes blogs. Não nos contentamos em termos nossa individualidade: queremos buscar o outro, fisgar o outro, chamar a atenção: não nos suportamos - queremos nos ver "no outro". Faz parte da essência? Não me pronuncio. Digo-te, e agora me dirijo exclusivamente a você, caro leitor, que este é o sentido de todos estes.

Se as coisas são estilhaços
Do saber do universo,
Seja eu os meus pedaços,
Impreciso e diverso.
Eles foram e não foram.

Fernando Pessoa